Estes dois desafios representam a minha maior derrota de 2022. Li pouquíssimos escritores portugueses e isso refletiu-se num desempenho medíocre nestes desafios.
Li cinco livros escritos por escritores nacionais. Gostava de inverter este resultado no próximo ano, mas não sei se irei consegui-lo.
De homens li dois livros: 1) A maldição do marquês, Tiago Rebelo 2) A máquina de fazer espanhóis, Valter Hugo Mãe
De mulheres li três livros: 1) Aquorea -Inspira, M. G. Ferrey 2) Intervenção psicológica com ludoterapia, Raissa Santos 3) A vida sem ti, Tânia Ganho
Isto fez com que só conseguisse completar cinco categorias no desafio Alma Lusitana.
Porto | Um livro que dê voz a minorias--> A máquina de fazer espanhóis, Valter Hugo Mãe Aveiro | Um livro com sabor --> Intervenção psicológica com ludoterapia, Raissa Santos Coimbra | Um livro com viagens dentro --> A vida sem ti, Tânia Ganho Leiria | Um livro de um autor pouco conhecido Évora | Um livro de capa azul--> A maldição do marquês, Tiago Rebelo Guimarães | Um livro só com uma palavra no título Sintra | Um livro sobre natureza Bragança | Um livro de/sobre famílias --> Aquorea -Inspira, M. G. Ferrey Gaia | Um livro de regressos/recomeços Lisboa | Um livro censurado Braga | Um thriller Óbidos | Um livro intimista/que conforta
Tal como o ano passado, não consegui ler seis livros escritos por homens. Já no que respeita a livros escritos por mulheres, ultrapassei o número seis.
6 livros escritos por homens 1. "O teu rosto será o último", João Ricardo Pedro 2. "A célula adormecida", Nuno Nepomuceno 3. "Quando o sol brilha", Rui Conceição Silva 4. "A mão que mata", Lourenço Seruya
6 livros escritos por mulheres 1. "A rainha desejada", Telma Monteiro Fernandes 2. "Encontro em Itália", Liliana Lavado 3. "Acredita: A vida sabe o que faz", Júlia Domingues 4. "A breve história da menina eterna", Rute Simões Ribeiro 5. "O cavalheiro inglês", Carla M. Soares 6. "Até os comboios andam aos saltos", Célia Correia Loureiro 7. "Cuba libre", Tânia Ganho 8. "Sei lá", Margarida Rebelo Pinto
Estou bastante satisfeita com este resultado. Estou longe de números antigos no que respeita a leituras de livros escritos por autores(as) nacionais, por isso será sempre um comportamento a melhorar.
Quantos livros de escritoras nacionais leste ao longo de 2021?
O nosso reino é a minha leitura de estreia com um autor português com muitas opiniões positivas.
Para mim, foi uma leitura estranha. A escrita conseguiu-me proporcionar sentimentos contraditórios, ou seja, houve momentos em que a prosa poética me deixava encantada e outros em que me aborrecia. Os momentos de aborrecimento talvez estejam associados aos momentos da narrativa em que me sentia um pouco perdida e sem grande ligação à história e às personagens. É um livro escrito apenas com letras minúsculas e sem pontuação que nos indique os momentos de diálogo. Esta particularidade não facilitou a minha relação inicial com o livro. No início isto fez-me um pouco de confusão. Com o avançar da leitura este aspeto acabou por ficar esquecido e não interferiu em nada com a restante leitura, uma vez que na minha cabeça eu fazia a construção da narrativa.
O livro é narrado por uma criança, porém houve momentos do livro em que achei que a linguagem e as observações feitas não se enquadravam no perfil de uma criança. Um aspeto curioso prende-se com a leitura de algumas passagens pois me recordaram o Carlitos da série Conta-me como foi que passou há uns anos na RTP. Gostei muito de ler sempre que consegui associar as passagens às lembranças da série. Tal como a série, a ação deste livro situa-se no período histórico da ditadura. Foi interessante ler e reconhecer a repressão, os preconceitos e as formas de viver tão castradas da sociedade portuguesa de outrora.
O que eu mais gostei no livro e que acho que não foi tão desenvolvido como deveria, prende-se com a santidade do nosso narrador. Eu queria ter lido e conhecido mais desta realidade. Queria aceder a mais sentimentos dele e à forma como isso interferia nas suas relações.
Nem sempre me consegui apropriar da história e me sentir envolvida pelo enredo que Valter Hugo Mãe criou. Ficou apenas a curiosidade de ler outras obras do autor e desfrutar da escrita com toques poéticos que oferecem a certas passagens uma tonalidade única e especial.
Estive muito indecisa entre dois escritores para a minha leitura deste novo mês. Para não complicar muito e aproveitar um livro que trouxe da biblioteca escolhi...
Eça de Queirós
Eu adorei Os Maias, porém desde essa altura nunca mais voltei a pegar em nenhum livro deste autor. De entre as várias opções escolhi o livro A Ilustre Casa de Ramires.
Tenho consciência de que será uma leitura densa e que me irá ocupar bastante tempo. Porém, será que o meu gosto pelas obras deste autor se irão manter?
Mais uma estreia no projeto Português no Masculino que não correu muito bem. Foi ligeiramente melhor comparativamente ao livro do mês anterior, mas faltou muito para me convencer.
A Terra Toda é um livro estranho, que apresenta conteúdos que colidem com o meu lado profissional. Ora, este aspeto, aguçou ainda mais o meu desconforto com o livro. Isto porque senti que toda a narrativa entre Clara e Rafael foi forçada, sem qualquer tipo de elo de ligação que me parecesse credível e onde faltou comunicação, interação e a vontade do autor me mostrar aquelas personagens. O autor limitou-se muito a contar a história. Não me deu elementos concretos que me permitissem conhecer melhor as personagens, as suas motivações e as suas personalidades. Este aspeto torna a leitura aborrecida, faz com que ela se prolongue ao longo dos dias e fez nascer em mim o "tédio literário" (ficar sem vontade de ler).
A Clara é qualquer coisa de incompreensível. Odiei esta personagem e a forma como ela gere a sua vida e as suas relações. É um facto que não tive a oportunidade de a conhecer de forma mais profunda. E aquilo que conheci apenas me deixou revoltada com a sua forma de ser e a forma como lidava com o seu trabalho. O seu mau profissionalismo deu-me volta aos nervos e não me permitir olhá-la com melhores olhos.
Do Rafael acho que ficou muito por dizer e muito por mostrar. Nem simpatizei, nem antipatizei com ele. Simplesmente não me senti ligada a ele, não me senti próxima nem entusiasmada por conhecer as suas ideias e formas de pensar.
A narrativa é simples, tem bastante diálogo e parece ser uma leitura rápida. Mas, dada a minha animosidade para com as personagens e o cenário, a leitura arrastou-se mais tempo do que aquele que acho necessário para terminar uma leitura com estas características.
Espero que nos próximos dois meses que me restam para o projeto, me cruzo com autores lusos mais cativantes. Aceitam-se sugestões!!
A materna doçura marca a minha estreia com o autor Possidónio Cachapa. No Goodreads, este livro tem classificações variadas. Porém, mais de metade, correspondem a uma classificação de 4 estrelas. Em média apresenta uma classificação razoável, 3.65, daí eu estar à espera de uma leitura, no mínimo, satisfatória. Infelizmente foi, para mim, uma leitura difícil porque nada nesta história fazia com que o meu interesse crescesse.
A minha leitura foi um misto de frustrações. Senti-me, muitas vezes, perdida. Perdida numa narrativa confusa, pois em algumas situações não encontrei elo de ligação entre alguns acontecimentos. Ao mesmo tempo que me afundava na confusão, a minha atenção diminuía ao ponto e ter de voltar atrás para reler passagens que já tinha lido.
Para além do sentimento de confusão, foi o sentimento de nojo. Senti-me algo enjoada com um comportamento próprio do Sacha e o seu interesse num tipo estranho de pornografia. Isto causou-me uma enorme repulsa. Até consigo compreender as origens de tal interesse, mas a forma fria e pouco profunda como o autor foi expondo toda a situação foi motivo de grande insatisfação para mim.
Um aspeto que gostei, em alguns momentos deste livro, foi a escrita. Houve alturas do livro em que a escrita era agradável e bonita. O autor conjugava bem as palavras e isso tornou a leitura menos penosa.
Sei que existe, pelo menos, mais uma obra do autor. Como em alguns momentos da leitura gostei da escrita, pretendo dar mais uma oportunidade ao autor.
Para quem já leu outros trabalhos do autor, o que é que têm a dizer?
Para este mês de Setembro escolhi um autor que nunca li. O autor escolhido é... (ouvem-se o rufar dos tambores)
Possidónio Cachapa
Não conheço o autor, nunca li nada dele nem tem nenhuma ideia acerca da sua obra ou da sua escrita. Vou estrear-me com o autor com a leitura do livro A Materna Doçura.
Não sei se alguém desse lado já leu alguma obra deste autor. Se conhecem a obra, o que me têm a dizer sobre ele? Recomendam?
Para este mês de Agosto escolhi um autor português que não é muito lido pela comunidade literária, pois ele escreve livros de cariz mais específico e que poderá não ser do interesse da maioria das pessoas.
Assim, o escolhido foi: Daniel Sampaio
Já li alguns livros dele e gosto imenso. Apesar de serem livros com temáticas ligadas aos adolescentes, à psicologia e à psiquiatria são livros com mensagens extremamente atuais e que podem ser muito úteis para os pais.
O livro que irei ler é: Lavrar o Mar: Um novo olhar sobre o relacionamento entre pais e filhos.
Nunca tinha lido nada de Júlio Magalhães. Foi mais uma aventura que decidi correr. Não foi uma leitura magnífica, mas satisfez algumas das minhas necessidades enquanto leitora.
Longe do meu coração tem uma história interessante e que me diz alguma coisa, mas não está contada de forma apaixonante. É uma escrita simples, mas em que o autor se limita a contar a história e não aprofunda nos sentimentos nem reações das personagens. Fiquei triste, porque a ideia de base da história é interessante, as personagens têm imenso potencial, mas parece que tudo ficou bloqueado.
A minha relação com a temática do livro tem a sua costela mais sentimental. Sou filha e neta de emigrantes. O meu pai não precisou de ir a "salto" para lado nenhum, mas passou muitas dificuldades. O meu avô foi a "salto" para França e, tal como o Joaquim, nunca contou a ninguém as condições em que a viagem se realizou. Relativamente às dificuldades que viveu enquanto Português em França contou algumas, mas preferia recordar quando conseguiu vir a Portugal, naquilo que trazia para os filhos e nas idas da minha avó a Paris. Esteve lá 30 anos. Veio com imensos problemas de saúde e com com a dependência do álcool que por locais da cidade luz o deve ter ajudado a encobrir a solidão e a miséria em que vivia. Já faleceu há dez anos, mas as suas histórias enquanto emigrante ainda vão pairando nas conversas.
Parte da família do meu pai também vive em França. Também eles relatam as dificuldades inicias de se viver num novo país, mas que eram suportáveis comparativamente à fome e à miséria que passavam em Portugal.
Bem, foram estes sentimentalismos que me aproximaram um pouco da mensagem do livro. É uma realidade da história de Portugal que merecia um pouco mais de atenção. Devem existir imensos Joaquins por este Portugal fora que hoje, graças ao trabalho árduo em França, gozam de uma reforma pacata e desafogada. Outros tantos não devem ter feito as pazes com o seu país Natal e dão asas à sua felicidade na terra que os acolheu.
Apesar da escrita ser muito pobre, consegui perceber muito bem as dificuldades dos Portugueses que na década de 60 arriscaram um vida em busca de melhores condições e foi interessante perceber que o trabalho árduo foi recompensado.
Acabei por ficam feliz com o final desta história. É um livro bom para os dias mais quentes e em que nos apetece ler algo mais "ligeiro" e que não exija muito esforço cognitivo da nossa parte.
Foi mais um autor masculino que fiquei a conhecer. Ainda darei uma nova oportunidade ao autor para perceber se ele consegue usar outro estilo de escrita que seja mais cativante e me faça apoderar das personagens e dos acontecimentos.