Os livros de Karen Rose não circulam muito pelas redes. Vejo poucos(as) leitores(as) a apostas nesta escritora, o que é uma pena. O foco narrativo que a escritora segue centra-se na apresentação de um ou vários crimes, a investigação que o(s) acompanha e uma história de amor com algum erotismo à mistura.
"Não contes a ninguém" é um livro que segue um registo ligeiramente diferente daquele a que eu já estava habituada. É uma história que vive mais do suspense e da tensão psicológica. É isso que vai movendo grande parte da ação. A outra parte é composta pelo desenvolvimento de uma relação amorosa.
O tema central do livro, e de onde partem todos os outros acontecimentos, é uma situação de violência doméstica. Por isso, desde o início que conhecemos o criminoso e as vítimas. Aquilo que vai sendo descoberto aos poucos é a dimensão da violência e o impacto que ela foi causando na mãe, Mary Grace (Caroline - novo nome) e no seu filho.
Apesar de o livro não te ter encantado tanto como os anteriores que li, gostei muito desta história e do seu desenvolvimento. Foi uma leitura sôfrega e marcada pela expetativa. Esta expetativa decorria em duas frentes: 1) ver como o caso de violência doméstica se iria resolver e 2) perceber como é que Max e o seu romance iria crescer tendo em conta as feridas que marcavam cada uma das personagens.
Acho que um aspeto que não me deixou tão satisfeita com este livro esta relacionado com o amor instantâneo que nasceu entre Max e Caroline. Foi uma atração demasiado imediata e isso fez-me alguma confusão. No decorrer deste meu incómodo com o romance destes dois sucederam um conjunto de situações que me fizeram torcer o nariz. Acho que a Caroline foi exageradamente dramática com o Max e teve uma atitude estúpida relativamente ao passado dele. Pareceu-me um pouco hipócrita, uma vez que ela também tem ali arestas afiadas na sua personalidade e na sua forma de ser que precisavam de ser ajustadas. Apesar destes elementos que considerei menos positivos, lá me acabei por apaixonar por estes dois e torcer por um final completamente feliz para ambos.
Todo o desenvolvimento criminal prendeu a minha atenção. O final foi muito bem construído. Nota-se o cuidado em não terminar tudo à pressa. Houve tempo para que o clímax crescesse e a minha angústia por ver como tudo aquilo iria terminar sofreu com este cuidado da escritora em dar tudo ao(à) leitor(a) o mais pormenorizado possível.
Infelizmente, nem todos os casos de violência doméstica têm o desenvolvimento e o desfecho deste. Mary Grace/Caroline foi inteligente e corajosa. Quis lutar por um futuro diferente para o seu filho. A luta dela foi inspiradora. Perceber aquilo que ela necessitou de ultrapassar para conquistar um lugar seguro foi bastante emotivo. Considero que ela se tornou numa inspiração para mim, mais especificamente a sua coragem e a sua capacidade de seguir em frente apesar de toda a porcaria de vida que tinha à sua volta. Gostava que ela servisse de inspiração para outras pessoas, principalmente para aquelas que se veem a braços com situações semelhantes.
Se os ingredientes que fazem este livro forem do vosso agrado, acho que devem tentar ler algo desta escritora. Ela merece mais atenção por parte dos leitores.
Autora: Karen Rose Ano: 2010 Número de páginas: 476 páginas Classificação: 4 Estrelas Sinopse:Aqui
Opinião
Eu sou uma fã incondicional dos livros de Karen Rose. É daqueles tipos de leitura que apetece sempre ler.
São livros carregados de mistério, suspense e romance.
Este livro em particular é uma continuação, porém é fácil de perceber, mesmo sem ter lido o anterior.
Aqui assistimos a uma repetição do modus operandi de um crime que aconteceu há alguns anos atrás. E assim, as vidas de Daniel e Alex se cruzam.
Daniel é o investigador responsável pelo caso. Um homem intenso, que não me deixou indiferente. Mais uma vez, Karen consegue conjugar o profissionalismos com partes mais humanas, e isto torna o Daniel um homem apaixonante.
Relativamente a Alex, esta é uma mulher com um passado emocionalmente muito denso. Enquanto leitora fiquei fascinada com a carga psicológica que a autora deu à Alex, assim como a forma como a desenvolveu. Neste livro foi abordado o tema da hipnose como forma terapêutica e aqui chamaram a atenção para as potencialidades da hipnose, ao mesmo tempo que não deixaram de lado as limitações quando recorremos à regressão.
O romance entre Alex e Daniel foi bem conseguido por parte da autora. Intensidade emocional, cenas escaldantes e muito sentimento em cada diálogo trocado, em cada cruzar de olhares...
Apesar de ter adorado o livro, houve partes no final que me deixaram confusa. O mistério associado ao crime era bastante complexo e envolvia muitas personagens. Por esta razão, precisava de um final um pouco mais detalhado e esclarecedor.
Autor: Karen Rose Ano: 2009 Editora: Circulo de Leitores Número de Páginas: 439 páginas Classificação: 5 Estrelas
Sinopse
A advogada de sucesso Kristen Mayhew tem um admirador secreto perigoso. Envia-lhe cartas. E mata os criminosos que ela não consegue condenar. Este vingador parece conhecer os seus pensamentos, todos os seus movimentos e, até, o segredo que a tem impedido de entregar o coração a Abe Reagan, o detective indigitado para a proteger. À semelhança de Kristen, Reagan é perseguido pela perda de algo precioso que jamais conseguirá recuperar. Porém, sob a ameaça de um serial killer, apoiam-se mutuamente e atrevem-se a redescobrir a paixão... apesar das constantes ameaças de que Kristen será o próximo alvo.
Opinião
Karen Rose foi uma das minhas grandes descobertas deste ano. Uma autora que conjuga romance e crimes de uma forma extremamente cativante.
Sei onde estás é um livro que nos trás a história de um assassino que pretende eliminar os criminosas que Kristen não conseguiu que fossem condenados. Há muita história por detrás deste assassino justiceiro e os leitores ficam longe de o descobrir. Os acontecimentos são narrados com muita minúcia e conseguem dar um toque macabro a tudo o que se vai passando.
Paralelamente, há um romance que se desenvolve e há, simultaneamente, histórias passadas que se desvendam. Kristen e Abe têm passados marcados pela perda. Abe ainda conheceu a felicidade oferecida pelo amor, por outro lado, Kristen fechou todas as portas do seu coração. O amor e o carinho que vai encontrando na sua relação com Abe, derrubam os muros que esta mulher reservada construiu em torno de si própria.
E assim nasce mais uma história de amor apaixonante, capaz de deixar o leitor enfeitiçado pela força que eles transmitem.
Adorei estes dois (tal como todos os pares românticos que Karen Rose me deu a conhecer até ao momento) pelas particularidades que a personalidade deles apresenta. Identifiquei-me com a reserva de Kristen ao mesmo tempo que me identifiquei com a personalidade calorosa de Abe. Aqui está um romance bem conseguido, uma vez que a autora conjugou estas duas personalidades de forma a complementarem-se.
Um outro aspecto que gostei bastante foi o facto de reencontrar Aidan (uma das personagens principais do livro A Morte Chama-te) e toda a sua família. Ainda é irmão de Abe (e Abe também aparece referenciado no livro que citei anteriormente). Apesar destas referências a personagens de outros livros (também aparece a Dana do livro O sabor da vingança) eles são independentes uns dos outros e podem ser lidos de forma independente.
Autor: Karen Rose Ano: 2009 Editora: Círculo de Leitores Número de páginas: 432 páginas Classificação: 5 Estrelas
Sinopse
Romântico, aterrador. Dana trabalho num centro de acolhimento. Abriga mulheres vítimas de violência. Lida há tanto tempo com a dor que esqueceu já o que é amar. Quando Ethan Buchanan, habituado a perseguir alguns dos mais perigosos homens do planeta, a conhece fica desarmado. Mas também ele fará o que for preciso para reencontrar o seu afilhado. Será que se escondem naquela casa? Que segredos guarda Dana? Será ela a próxima vítima? Um thriller romântico assinado por Karen Rose.
Opinião
Este livro não me encantou tanto como o primeiro livro que li da autora porque achei que o lado criminal teve um destaque menor do que aquilo que deveria ter sido e pareceu-me menos intenso (algo que eu não estava à espera). Assim, em O sabor da vingança o romance ganha um lugar especial enquanto que, de forma paralela uma vingança pessoal ganha forma e condiciona os comportamentos de outras personagens.
Sue é a mulher que responsável por arquitectar e pôr em prática o plano de vingança contra uma família, com quem teve elos de ligação no passado. Ao longo desta vingança as relações passadas irão emergir enquanto a mente perturbada de Sue vai ganhando relevo. Posso dizer que esta Sue é uma personagem muito bem construída em termos de funcionamento psicológico. É bastante complexa e cada comportamento descrito, cada atitude tomada, todas as suas motivações foram meticulosamente pensadas. Sabemos desde logo que é ela a responsável por um rapto, mas ao longo do livro, vão-nos sendo desvendados aspectos que se tornam grandes revelações para o leitor.
Dana e Ethan são par romântico do livro. Tal como no livro que li anteriormente, trata-se de uma paixão um pouco fulminante, mas a autora consegue desenvolver a escrita de forma a deixarmos essa impressão um pouco de lado. Gostei da Dana, mais uma personagem forte, com as suas virtudes e defeitos. Com um passado e uma atitude face à sua vida presente e futura que me surpreendeu. Ethan é um homem simpático, que tal como a Dana tem um passado determinante que deixou marcas na sua personalidade. Só me ficou uma dúvida em relação à história de vida dele: O que é que aconteceu ao seu pai? Ele é referido no livro, mas a autora não finaliza a ideia que lhe diz respeito.
A narrativa evolui de uma forma muito cativante, capaz de nos deixar a ler durante horas e pela noite dentro. Os diálogos são bastante bem conseguidos. Coerentes, estruturados e capazes de transmitir as emoções das personagens.
Mais um livro fantástico de Karen Rose, que só vem solidificar a primeira impressão que tive quando, pela primeira vez, me deixei enfeitiçar pelos seus enredos e pelas suas palavras.
Autor: Karen Rose Ano: 2009 Editora: Circulo de Leitores Número de páginas: 462 páginas Classificação: 5 Estrelas
Sinopse
Tess é dedicada aos seus pacientes. Os anos de terapia ensinaram-na a ouvir, compreender e a guardar segredo. O que se partilha num consultório de psiquiatria é confidencial. Quando os seus pacientes se começam a suicidar a polícia logo estabelece um elo entre todas essas mortes: todos eram pacientes de Tess. Será ela a assassina? Ou a vítima? Quem quer destruir a sua carreira, a sua vida pessoal? Um intenso e apaixonante thriller romântico.
Opinião
Karen Rose foi amor ao primeiro livro. Simplesmente A-DO-REI.
Em A morte chama-te chega-nos a história de Tess, uma psiquiatra que de um momento para o outro vê a sua vida profissional ser destruída quando os seus pacientes se começas a suicidar.
É um livro de leitura compulsiva e alucinante. É difícil parar! Quando acabamos um capítulo o pensamento é: só mais um.
A sequência criminosa, as pistas, os suspeitos, os cúmplices e os culpados estão organizados de uma forma fantástica.Tal é a mestria da escrita, que dificulta ao leitor descobrir o verdadeiro culpado. Quando no final fiquei a conhecer a pessoa culpada fiquei surpreendida. Não esperava que fosse essa pessoa, porém agora olhando para o livro como um todo, alguns indícios estavam lá.
Adorei a Tess e admiro-a enquanto profissional, assim como adorei o Aidan. Estes dois acabam por formar um par muito interessante.
Gostei do facto de se abordarem as doenças mentais, assim como a forma como elas foram referidas e apresentadas ao leitor ilustrando as implicações no quotidiano das pessoas. Inicialmente Tess é "condenada" por Aidan por no passado ter contribuído para que um criminoso que assassinou duas crianças fosse considerado inimputável. De facto, é difícil entender e aceitar como é que um ser humano é capaz de fazer determinadas coisas. Umas vezes é pura maldade e sangue frio, mas existem outras que advém de graves e desgastante doenças mentais. Estes últimos são pessoas que vivem aprisionadas num mundo que está longe de ser cor-de-rosa.
Um aspecto curioso no livro é a percepção temporal que oferece ao leitor. Olhando para o livro no seu todo parece que a acção se estendeu por muitos dias quando na realidade foram apenas cinco dias.
Pelo título estava à espera de algo mais macabro. Tem boas descrições dos crimes, mas está longe de perturbar os estômagos mais sensíveis.
É um livro que recomendo e que me deixou com muita vontade de ler mais livros da autora.