Autor: Sandra Brown Ano: 2011 Editora: Quinta Essência Número de páginas: 456 páginas Classificação: 4 Estrelas
Sinopse
As gémeas Melina e Gillian Lloyd são praticamente iguais, ambas empresárias de sucesso e solteiras. Mas numa coisa são diferentes: Melina é impulsiva, enquanto Gillian gosta de ponderar bem as suas decisões. Além disso, Gillian quer um filho. Sentindo o relógio biológico a avançar inexoravelmente, opta por se submeter a uma inseminação artificial, utilizando esperma de um dador anónimo. A história começa no dia em que ela faz a inseminação.
Nesse dia, Melina acompanha, na sua qualidade de relações públicas, o coronel da NASA Christopher «Chefe» Hart à cerimónia de entrega de um prémio. Mas terá sido mesmo Melina?
A vida do coronel choca, depois interliga-se, com a das gémeas. Uma partida aparentemente inofensiva acaba em catástrofe. Na manhã seguinte a terem trocado de identidades, Melina recebe uma notícia terrível: a irmã fora brutalmente assassinada — e o coronel, apesar de inocente, é o principal suspeito. O que parece de início ser um homicídio de fácil resolução acaba por conduzi-los às montanhas do Novo México onde um louco, cujos planos diabólicos requerem a substituição de Gillian por Melina, está a criar uma «nova ordem mundial». Mesmo que seja apenas parcialmente bem-sucedido, as consequências serão catastróficas e afectarão o mundo inteiro.
Opinião
Vidas trocadas é o segundo livro que leio de Sandra Brown e do qual gostei bastante, mas não conseguiu ser tão bom como os livros anteriores que li.
Acho que um grande ponto positivo de Sandra Brown, tanto neste livro como nos anteriores, é a forma como ela desenvolve a parte criminal. E, acima de tudo, o pormenores significativos que exigem a atenção do leitor, porque são esses pormenores que nos permitem decifrar alguns dos mistérios. Porém, a mestria da autora a introduzi-los ao longo da narrativa fazem com eles façam fervilhar o nosso pensamento.
Os temas que este livro aborda são bastante interessantes, A inseminação artificial, as ideias extremistas com base em crenças religiosas e a manipulação genética estão na base de todo o desenvolvimento da narrativa. O que mais me fascinou foi tudo aquilo que envolvia as ideias extremistas e doentias do Irmão Gabriel. Foi algo bem construídos pela autora, A influência do Irmão Gabriel nas pessoas, a forma como ele usa a fé para manipular e controlar as pessoas e a criação de seres superiores capazes de controlar tudo oferecem ao livro um tom intenso e fascinante.
A parte mais estranha e pouco desenvolvida é o romance. O Chefe Hart tem uma paixão instantânea pela Gillian e a morte dela abalou-o significativamente. Apesar de ele ter sido eliminado da categoria de possível suspeito não foi capaz de abandonar Dallas. Tal facto deve-se ao bom carácter deste senhor.
Gillian tem uma irmão gémea, Melina, com quem partilha tudo, desde a sua aparência física até aos aspectos mais pessoais das suas vidas. Só as personalidades é que apresentam diferenças significativas.
A forma como Hart se liga a Melina, logo depois de se ter envolvido com Gillian, é um pouco estranha. Primeiro, ele apaixona-se à primeira vista por Gillian, mas basta-lhe olhar para Melina e começa a ficar ligeiramente confuso. Penso que mesmo elas sendo fisicamente iguais há aspectos que as diferenciam. Eu sei que as outras personagens não têm termo de comparação, porque uma delas morre antes de eles terem oportunidade de as conhecerem, excepto Jem. Mas Jem parece tão limitado que é fácil enganá-lo.
Há outro aspecto que também acho por possível. Como é que os polícias não olharam atentamente para um relatório de uma autópsia? O pormenor que este relatório oferece ao caso é demasiado fundamental para ter sido dado como ignorado quase até ao final da narrativa. Eu sei, que se ele fosse revelado mais cedo, a história ficaria sem muito do suspense e conteúdo, mas não faz sentido, num caso de homicídio ter uma posição tão leviana perante um relatório da autópsia.
Há ainda um romance que merecia mais destaque. Tobias e Lucy mereciam um final mais conclusivo para além de Tobias querer saber quais as flores preferidas de Lucy.
Apesar destes pequenos aspectos menos interessantes, este livro vem reforçar o meu gosto pela escrita de Sandra Brown e a vontade de continuar a acompanhar as suas obras.
Um milagre da medicina proporciona à estrela de televisão Cat Delaney mais do que um novo coração. Com a sua segunda oportunidade de vida, Cat troca Hollywood por San Antonio, onde apresenta um programa de televisão em prol de crianças com necessidades especiais. É nesta cidade que conhece Alex Pierce, um antigo polícia que optou por escrever romances policiais - o primeiro homem a vê-la como uma mulher depois da sua cirurgia. Mas o novo mundo de Cat torna-se assustador quando «acidentes» fatais começam a ceifar a vida de outras pessoas que receberam transplantes do coração e alguém começa a seguir todos os seus movimentos. Cat não tarda a aperceber-se de que Alex talvez - ou talvez não - seja o seu aliado mais importante e que o seu novo coração lhe custa um preço terrível: uma teia de segredos e alguém determinado a acabar com a sua vida.
Com o seu novo mundo a tornar-se cada vez mais assustador e um perseguidor misterioso a seguir cada um dos seus movimentos, Cat é apanhada num labirinto sombrio de traição e segredos... e talvez veja demasiado tarde a máscara que esconde o rosto de um assassino.
Opinião
Depois de ler o livro Uma voz na noite andava muito curiosa e com muita vontade de voltar a ler outro livro de Sandra Brown. Esta autora alia crime, mistério, romance e suspense com uma mestria que torna os seus livros irresistíveis e que nos levam numa leitura compulsiva.
No livro Obsessão, a autora começa por apresentar as histórias que ao longo do desenrolar da narrativa se são entrelaçar no sentido de oferecer ao leitor múltiplas hipóteses acerca do verdadeiro criminoso.
Cat Delaney, assim como outras pessoas, recebem um transplante de coração no mesmo dia. E, nesse mesmo dia, pessoas vítimas de diferentes "acidentes" morrem e tornam-se dadoras de órgãos. Contudo, houve uma pessoa que não ficou satisfeita com a doação e, não sabendo qual das pessoas recebeu o coração da pessoa que lhe era próxima inicia um plano para matar cada um das pessoas que nesse dia recebeu um transplante de coração. No fundo, não queria que o coração continuasse vivo num outro corpo.
Considero que o enredo está muito bem construído. Consegue induzir dúvida nos leitores. A narrativa avança de uma forma apaixonante, capaz de tornar o livro numa grande obsessão para o leitor. É difícil para de ler.
Em geral gostei de todas as personagens, mas aquela que gostei mais foi Alex Pierce. Um polícia com um passado doloroso e misterioso, que depois de um determinado acontecimento decide abandonar a carreira na polícia para se dedicar a escrever policiais. É um homem interessante e que, apesar de a autora tentar torná-lo num potencial culpado dos crimes tal aspecto não funcionou. Desde cedo que se percebe que por detrás de um perfil austero e de atitudes um pouco rudes bate um coração bondoso.
Gostei muito dos diálogos e das interacções entre Alex e Cat. Em alguns momentos senti que a autora não esgotou o tema que dava origem a determinados diálogos e interacções, mas penso que isso era apenas para criar suspense.
Dean, o médico cardiologista, é o personagem que menos gostei. Um verdadeiro snob com pouca personalidade.
Em relação ao criminoso não é difícil chegar à sua identidade, mas confesso que com a brilhante escrita de Sandra Brown ficamos sempre na dúvida. Comigo isso aconteceu, uma vez que, a partir do momento em que os suspeitos nos vão sendo apresentados eu passei a desconfiar de determinada personagem e fui mantendo essa suspeita durante grande parte do livro. Porém, quando nos aproximamos da revelação final coloquei em causa a minha suspeita.
Para quem gosta de policiais aliados a um bom romance, os livros de Sandra Brown são perfeitos. Conseguem aliar estas dias vertentes de uma forma muito cativante.
A história apaixonante de uma mulher assombrada pelo passado e pressa num pesadelo que ameaça destruir o seu futuro. Uma narrativa brilhante, rápida, cheia de tensão sexual, por uma das autoras mais populares na América.
Para Paris Gibson, o seu popular programa de rádio nocturno é ao mesmo tempo uma fuga e o seu contacto real com o mundo exterior.
Desde que se mudou para Austin para mitigar a dor dos passados erros trágicos, Paris leva uma vida solitária, ganhando a vida apenas quando apresenta o seu programa. Para os ouvintes fiéis, é uma amiga sensata e de confiança, que não só acede aos seus pedidos de música, como ouve também os seus problemas e, ocasionalmente, dá conselhos.
O mundo de isolamento de Paris é, porém, gravemente ameaçado quando um ouvinte - um homem que se identifica apenas como "Valentino" - lhe diz que os conselhos que deu à mulher que ele ama a levaram a abandoná-lo e que agora ele próprio pretende vingar-se. Primeiro, planeia matar a rapariga, que já raptou, dali a 72 horas, e a seguir virá atrás de Paris.
Com a ajuda da polícia de Austin, Paris entra numa corrida contra o tempo, num esforço para encontrar Valentino antes de ele poder cumprir a ameaça de matar - e de matar de novo. Para seu espanto, descobre que uma das pessoas com quem tem de trabalhar é o psicólogo criminal Dean Maloy, um homem com quem partilha um passado que teve um efeito catastrófrico na vida de ambos. A sua presença desperta paixões antigas, obrigando a Paris a confrontar as memórias dolorosas que tentava esquecer.
Enquanto o relógio continua a avançar, e as ameaças de Valentino de se aproximar se vão tornando realidade, Paris vê-se de repente obrigada a lidar com um assassino que, afinal, pode não ser um desconhecido.
Opinião Este foi o primeiro livro que li da Sandra Brown e confesso-me completamente rendida a esta autora. O livro revela uma enorme inteligência da escritora. Ela consegue articular de uma forma equilibrada um romance e um crime que precisa de ser desvendado.
Em relação à parte policial do livro estamos perante um criminoso, de seu nome "Valentino", que anuncia o seu crime através do programa de rádio da Paris Gibson. A forma como a autora constrói a sequência dos acontecimentos e constrói a vida dos possíveis culpados é muito boa. Ela consegue semear a dúvida mesmo até ao final do livro. Eu própria comecei a desconfiar de um deles até ao final depois, devido a um acontecimento das últimas páginas mudei o meu foco, mas fiz asneira. Lá está a primeira impressão é sempre a que está certa.
Em relação ao romance que vai acompanho o desenrolar do crime está, igualmente, muito bem interligado e relacionado. Os acontecimentos vão criando alguma expectativa no leitor (estamos sempre em pulgas para ler as páginas seguintes e saber o que é que se passou entre a Paris e o Dean). O Dean e a Paris formam um par delicioso. A escritora conseguiu oferecer-lhes uma imagem credível e mostrar a boa compatibilidade entre ambos.
Dean, o psicólogo (PSICÓLOGO E NÃO PSIQUIATRA - NÃO GOSTO NADA QUANDO CONFUNDEM infelizmente ao longo do livro umas vezes aparece psicólogo outras vez psiquiatra)que trabalha no crime, é dotado de uma personalidade forte e um enorme carisma. O desempenho profissional que vai sendo descrito está adequado (aqui sirvo-me dos meus próprios conhecimentos profissionais e acho que se Dean existisse seria um bom psicólogo). Gostei muito quando a autora tentou mostrar as dificuldade de Dean com o filho. Esta parte clarifica a ideia muitas vezes errada de que os psicólogos têm uma vida pessoal muito boa e arrumadinha!
Paris, uma jornalista muito inteligente, "esconde-se na escuridão" de forma a deixar o passado muito arrumado lá no fundo do baú da sua memória. Porém, o reencontro inesperado com Dean abre esse baú e obriga-a a lidar com as suas dolorosas memórias. Gostei muito dos diálogos inteligentes que Dean teve com Paris no início do livro como forma de a obrigar a lidar com as suas próprias memórias.
Os pontos negativos do livro é a existência de uma incongruência na parte em que Dean conta a Gavin, seu filho, a sua história de vida. Dean refere que conhece a mãe de Gavin numa festa universitária em que ele estava a iniciar o seu curso e, por sua vez, a mãe estava a terminar e prestes a integrar-se na sua vida profissional. Contudo, na página seguinte já dá a entender que eram ambos finalistas. E outro ponto negativo é a confusão entre psicólogo e psiquiatra (é sempre bom distinguir pois são profissões distintas).
Acho que este livro poderá ser muito bom para aqueles leitores que não gostam muito de policiais puros e duros. A resistência deles a este género literário poderá ser mitigado se houver mais qualquer coisa no livro para além de crimes, mortes e muito sangue. Neste sentido, o bom equilibro deste livro em relação ao romance e ao policial poderá conquistar os leitores.