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Por detrás das palavras

Opinião | "Traz-me de volta" de B. A. Paris

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"Traz-me de volta" chegou-me cá a casa pelas mãos de uma fã da autora, a Daniela. Fiquei contente quando vi o livro que me tinha calhado em sorte. Ela já me tinha emprestado o livro "Ao fechar a porta", que foi uma leitura que, apesar de não ter sido memorável, deixou a vontade de continuar a acompanhar o trabalho da escritora. 

Neste livro, há uma dança entre o passado e o presente que nos é narrada pela voz de Finn e, numa fase mais avançada da narrativa, da Layla. Layla, namorada de Finn, desaparece numa estação de serviço deixando Finn completamente angustiado com o sucedido. Passaram doze anos, Finn reconstruiu a sua vida com Ellen, a irmã de Layla. Quando menos espera, Finn é confrontado com uma conjunto de situações que sugerem que Layla está de volta.

O livro deu-me cabo dos nervos. Exasperei com Finn e os seus comportamentos estranhos, pouco congruentes e, por vezes um pouco ignorantes. Consegui justificar estas atitudes com o grande stress que passou a viver assim que os acontecimentos à sua volta sugeriram o regresso de Layla. Contudo, a leitura deixou-me com uma sensação de mal-estar que não consigo materializar em palavras nem  justificar. 

É um livro que convida à leitura porque vai alimentando a curiosidade do leitor. Aliás, foi mesmo esta curiosidade que me motivou para avançar na leitura e tentar desatar os nós mentais que o Finn e a Layla me iam deixando no cérebro. 

Chegando ao final, todas as situações em torno do desfecho deste enredo não fizeram sentido na minha cabeça. Parece que foi um pouco forçada a forma como a escritora decide encerrar a narrativa.
 
A conclusão a que cheguei foi que todas as personagens tinham problemas de saúde mental. Talvez tenha sido isso o motivo da minha indisposição. Senti falta de um certo equilíbrio em termos de tipo de personagens. Também é importante oferecer alguma "normalidade" aos enredos que se constrói. Acho que isso os torna mais realistas.
 

Espero que numa próxima obra da escritora possa sentir outras coisas e ter uma experiência mais humana e agradável. 

 Conta-me, que livros já te deixaram desconfortável ou indisposto(a)?

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Opinião | "Não contes a ninguém" de Karen Rose (Romantic Suspense #1)

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Os livros de Karen Rose não circulam muito pelas redes. Vejo poucos(as) leitores(as) a apostas nesta escritora, o que é uma pena. 
O foco narrativo que a escritora segue centra-se na apresentação de um ou vários crimes, a investigação que o(s) acompanha e uma história de amor com algum erotismo à mistura. 

"Não contes a ninguém" é um livro que segue um registo ligeiramente diferente daquele a que eu já estava habituada. É uma história que vive mais do suspense e da tensão psicológica. É isso que vai movendo grande parte da ação. A outra parte é composta pelo desenvolvimento de uma relação amorosa. 

O tema central do livro, e de onde partem todos os outros acontecimentos, é uma situação de violência doméstica. Por isso, desde o início que conhecemos o criminoso e as vítimas. Aquilo que vai sendo descoberto aos poucos é a dimensão da violência e o impacto que ela foi causando na mãe, Mary Grace (Caroline - novo nome) e no seu filho. 

Apesar de o livro não te ter encantado tanto como os anteriores que li, gostei muito desta história e do seu desenvolvimento. Foi uma leitura sôfrega e marcada pela expetativa. Esta expetativa decorria em duas frentes: 1) ver como o caso de violência doméstica se iria resolver e 2) perceber como é que Max e o seu romance iria crescer tendo em conta as feridas que marcavam cada uma das personagens.

Acho que um aspeto que não me deixou tão satisfeita com este livro esta relacionado com o amor instantâneo que nasceu entre Max e Caroline. Foi uma atração demasiado imediata e isso fez-me alguma confusão. 
No decorrer deste meu incómodo com o romance destes dois sucederam um conjunto de situações que me fizeram torcer o nariz. Acho que a Caroline foi exageradamente dramática com o Max e teve uma atitude estúpida relativamente ao passado dele. Pareceu-me um pouco hipócrita, uma vez que ela também tem ali arestas afiadas na sua personalidade e na sua forma de ser que precisavam de ser ajustadas. 
Apesar destes elementos que considerei menos positivos, lá me acabei por apaixonar por estes dois e torcer por um final completamente feliz para ambos. 

Todo o desenvolvimento criminal prendeu a minha atenção. O final foi muito bem construído. Nota-se o cuidado em não terminar tudo à pressa. Houve tempo para que o clímax crescesse e a minha angústia por ver como tudo aquilo iria terminar sofreu com este cuidado da escritora em dar tudo ao(à) leitor(a) o mais pormenorizado possível

Infelizmente, nem todos os casos de violência doméstica têm o desenvolvimento e o desfecho deste. Mary Grace/Caroline foi inteligente e corajosa. Quis lutar por um futuro diferente para o seu filho. A luta dela foi inspiradora. Perceber aquilo que ela necessitou de ultrapassar para conquistar um lugar seguro foi bastante emotivo. Considero que ela se tornou numa inspiração para mim, mais especificamente a sua coragem e a sua capacidade de seguir em frente apesar de toda a porcaria de vida que tinha à sua volta. Gostava que ela servisse de inspiração para outras pessoas, principalmente para aquelas que se veem a braços com situações semelhantes.

Se os ingredientes que fazem este livro forem do vosso agrado, acho que devem tentar ler algo desta escritora. Ela merece mais atenção por parte dos leitores.

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