Opinião | "Florbela, Apeles e eu" de Vicente Alves do Ó
Classificação: 1 Estrela
Se tivesse de escolher uma palavra que refletisse a minha experiência de leitura com este livro, seria sofrimento. Foi um sofrimento terminar o livro, foi um sofrimento vaguear por uma história narrada de forma complexa e com uma escrita demasiado poética, foi um sofrimento ver o escritor a dialogar com a Florbela e com o Apeles... E assim, três semanas se passaram, enquanto ia lendo o livro aos poucos e em que tive necessidade de meter outras leituras pelo meio de forma a conseguir sobreviver enquanto leitora.
Há uns valentes anos atrás já tinha lido uma biografia sobre Florbela Espanca. Foi para um trabalho da universidade, em que elaboramos o perfil psicológico dela. Não me lembro da pessoa que escreveu a biografia que li, mas na altura gostei e contribuiu para que o me fascínio (que já vinha da escola e da análise dos seus poemas) para com esta poetiza e escritora portuguesa aumentasse. Ora, desde aí, tudo o que está relacionado com Florbela Espanca e certo que passará pelas minhas mãos.
Assim que vi este livro na biblioteca sabia que precisava de o trazer. Estava tão entusiasmada que o embate com a realidade foi maior.
Não fui conquistada por nada no livro. Fui divagando na leitura na esperança de chegar ao fim o quanto antes. O livro tornasse aborrecido devido à escrita demasiado elaborada e cheia de contornos poéticos e à forma como a vida da escritora nos é apresentada.
Esperava mais. Esperava uma narrativa clara, sem interferências do escritor que só tornaram o livro mais fastidioso.
Apesar de tudo, o livro não matou o meu interesse pela escritora. Num futuro breve quero conhecer melhor a obra que nos deixou e perder-me nos poemas cheios de angústias, dores interiores e fantasmas emocionais.