Desde muito cedo que comecei a frequentar a biblioteca. Comecei na escola primária, quando a biblioteca itinerante vinha até à minha aldeia para que pudesses requisitar livros. Era extraordinário poder trazer livros para casa. Li muitos livros da Anita, Babar... Já no final da primária comecei a trazer os livros de "Uma aventura" e, assim, iniciei o meu percurso com livros mais extensos.
Era raro alguém da família me dar livros de presente. Nem os meus pais o faziam. Talvez muitas pessoas possam estranhar, mas atendendo ao contexto é algo extremamente normal. Os meus pais apenas completaram o ensino primário e grande parte da minha família direta tinha o mesmo grau de escolaridade ou, o máximo que tinham alcançado em termos de ensino resumia-se ao segundo ciclo. Não havia hábitos de leitura, nem interesses literários... Logo, meu contacto com os livros resumia-se à escola e à biblioteca itinerante.
Assim que terminei o ensino primário fui para a cidade para continuar os estudos. Aí, passei a frequentar a biblioteca da escola, mas não se tornou um hábito recorrente. E aqui começa o meu primeiro período de pausa enquanto leitora. As pessoas à minha volta não liam... E eu fui de arrasto. Na adolescência, primas mais velhas e com mais escolaridade começaram a escolher livros para prendas de aniversário/Natal e li estes livros até à exaustão.
Só volto à biblioteca no secundário. Comecei a frequentar a Biblioteca Municipal e recomecei os meus hábitos enquanto leitora. Hábitos de curta duração, porque assim que entro na universidade os hábitos também se perdem.
Só volto aos livros já no fim do meu percurso universitário. Aqui a Biblioteca Municipal foi a minha salvação. Ainda estive uns meses à espera de trabalho e as idas à biblioteca obrigavam-me a sair de casa, a ver pessoas e a ter outro tipo de contactos. Começo a trabalhar e as idas à biblioteca passaram a ser ainda mais frequentes. Aproveitava tempos de espera entre transportes e horários de entrada para ir para lá ler. Os livros e a biblioteca ajudaram-me a superar o stress do trabalho e inspiraram à criação do blog.
Nunca precisei de gastar muito dinheiro para ler porque a biblioteca esteve ali para mim. Nunca tive muita disponibilidade financeira para comprar livros. Estágios, trabalho precário, trabalho mal remunerado... sempre tive muita consciência na minha gestão financeira. Não tinha muito dinheiro para comprar e tinha muita vontade de ler. Ainda bem que tinha a biblioteca. Óbvio que não lia muitas novidades, mas permitiu-me muitas descobertas literárias.
Felizmente o blog cresceu e o contacto com editoras tem-me permitido ler livros publicados recentemente. Também já consigo colocar algum dinheiro de parte e ir fazendo algumas compras em segunda mão. Mas as idas à biblioteca continuam, porque sinto-me bem, faz-me bem e porque acho que as bibliotecas precisam de leitores para sobreviverem e crescerem.
Para 2020 quero continuar a ser cliente da biblioteca e, para isso irei criar um desafio só para os livros que leio a partir destes locais mágicos.
Muitos dizem que os sonhos são um motor da vida, uma espécie de energia que nos empurra ao longo do caminho. É bom sonhar! É bom pensar em coisas boas que gostaríamos de alcançar ao longo da nossa vida. Acredito que eles possam ser uma espécie de "aspiração central" da nossa mente. Porém, há alturas na nossa vida que eles simplesmente se desvanecessem no meio de tanta coisa que deixa de funcionar na nossa vida.
Sempre me classifiquei como uma sonhadora. Há 10 anos atrás sonhava em terminar o curso e encontrar um emprego que me deixasse feliz. Sonhava em conhecer outras paragens, em conhecer pessoas que me acrescentassem coisas positivas, sonhava com independência, sonhava em fazer a diferença, sonhava em escrever histórias... Mas pelo caminho dos últimos anos esses sonhos foram arrefecendo e morrendo aos poucos.
Eles foram morrendo. As coisas foram tomando outros rumos, regredi em algumas coisas que já tinha conquistado, as prioridades foram-se alterando e, no meio de todas as coisas menos boas, os sonhos foram ficando para traz. Hoje estão mortos! Talvez porque a esperança em obter coisas melhores também esteja muito, muito baixa. Talvez porque passei a ser mais racional e realista. Talvez porque deixei de acreditar e de confiar no mundo e nos outros. Tive de perder muitas coisas para hoje ter outras. Talvez em termos de quantidade (perdas vs ganhos) esteja com saldo negativo, porém tive ganhos que me fizeram crescer como pessoa. Mas os sonhos, esses, não entram na equação. Neste momento estão mesmo mortos.
São as pedras que encontramos no caminho da nossa vida que apedrejam os sonhos e os matam, ou os colocam num permanente estado de coma à espera daquele rasgo de mudança que os faça renascer. Estou neste limbo... Numa corrida por mudanças. Mas a angustia está cá, porque a passagem do tempo não perdoa e isso faz-nos perder a força. Sei que sou muito exigente comigo própria, mas haverá mal em querer mudanças positivas na nossa vida e na nossa forma de viver? Quão longo é o caminho para alcançar aquele nível que faça com que os meus sonhos renasçam? Gostaria de ter mais resposta para a incerteza do futuro que se estende à minha frente. Queria que os meus sonhos voltassem ao ativo e me empurrassem para a frente.
Hoje faço anos. Hoje abre-se um novo ciclo da minha vida. Será que vou ter os meus sonhos de volta? Será que os conseguirei fazer renascer das cinzas? Eu quero muito que eles voltem.
O projeto A cultura mora aqui está de volta. Depois de um período de pausa, o projeto regressa com uma imagem e dinâmica renovadas.
Para este início, COMEÇOS é o tema que serve de base a todos os participantes. Eu decidi escrever sobre como começou o meu blog, o Por detrás das palavras.
Sempre fui muito apaixonada pela leitura. Leio livros desde que aprendi a ler. Assim que tive autorização para frequentar as bibliotecas, tornei-me numa cliente assídua e devorada tudo o que apanhava nas mãos. Os meus pais nunca controlaram aquilo que eu lia, nem eram de estimular este meu gosto. Talvez por isso é que, já na fase da pré-adolescência e adolescência, comecei a ler livros que já fugiam àquilo que poderiam ser livros mais adequados para a idade.
Quando entrei na universidade, o ritmo de leituras abrandou de forma muito drástica. Lia muito menos e o interesse literário acabou por arrefecer um pouco. Só nas férias é que ia pegando em livros de ficção.
Assim que terminei o curso vi-me com imenso tempo livre. Procurava ofertas de emprego, escrevia cartas de apresentação, enviava CVs, mas mesmo assim precisava de algo para me ocupar a mente. Foi assim que voltei à biblioteca e o meu "eu" leitor renasceu com mais força. Em 2011 já lia com muita assiduidade e comecei a procurar informações sobre os livros na internet. Através desta pesquisa comecei a ler alguns blogs sobre livros e começou a nascer a vontade de criar algo, de partilhar com os outros aquilo que ia lendo e o que sentia com as leituras.
A 22 de setembro de 2011, já a trabalhar, achei que seria interessante criar algo que fizesse fugir à rotina e ao desgaste do trabalho (o meu estágio profissional estava a ser um verdadeiro pesadelo), ao mesmo tempo que prolongava o meu gosto pela leitura. Fascinada pela palavra escrita e com o mundo dos blogs, senti que estavam reunidas as condições para perder o medo e lançar-me nesta aventura de criar e dinamizar um blog.
A escolha do nome foi pacífica. Inspirada num livro da minha área, Por detrás do espelho, achei que Por detrás das palavras era um bom nome. Por detrás do espelho é um livro sobre terapia familiar e intervenção sistémica. Para quem não conhece, nesta corrente teórica da psicologia, o setting terapêutico é especial. São duas salas, dividas ao meio por espelho, como nas salas de interrogatório da polícia judiciária. De um dos lados está um ou depois terapeutas com a família ou pessoa que está a ser consultada e do outro lado estão um conjunto de terapeutas que vão discutir o caso com o(s) terapueta(s) que estão a conduzir a sessão. Acho que esta partilha de opiniões literárias por dentro desta comunidade é vermos o que está por detrás das palavras dos escritores e das palavras daqueles que opinam sobre eles. Somos uma grande "equipa terapêutica" que gosta de discutir livros e tentar ver para além daquilo que eles nos apresentam.
Foi um começo tímido. Não me alongava muito, as opiniões que escrevia eram muito básicas. Com o tempo cresci como leitora, cresci como pessoa que observa as coisas de uma forma mais interior e reflexiva. Foi este começo no mundo blogs que me levou a contactar com pessoas extraordinárias e a fazer boas amizades. Tornei-me leitora beta e contactei com alguns escritores. Foi uma abertura para um novo mundo, ao mesmo tempo que encontrava um lugar onde os meus gostos eram compreendidos.
Este foi um começo que eu considero positivo. Nem sempre lido bem com começos. Este foi fácil de lidar e de operacionalizar. Gostaria de continuar a escrever por aqui durante muito tempo, mas não sei o que estará ao virar da esquina, nem que outros começos a vida me reserva. Uma coisa é certa, enquanto este mundo me fizer sentir feliz e realizada, farei tudo para continuar por aqui.
Falar dos nossos interesses e vontades para depois da nossa morte não é um tema muito consensual, nem muito bem aceite no seio da família. Por isso, só muito recentemente (e muitas vezes em jeito de brincadeira) digo que não quero ir para nenhum cemitério e servir de alimento aos bichos, também não quero ser cremada. Aquilo que que eu quero é que o meu corpo seja doado à ciência.
A verbalização desta minha vontade já deu aso a múltiplos comentários e nenhum deles foi favorável. Aquilo que oiço mais vezes é "és doida", "não sabes o que estás a dizer", "meu Deus e ficas sem funeral". Reconheço que viver no interior do país e com mentalidades um pouco paradas no tempo não abone a favor destas "modernices" da ciência e da investigação científica.
Considero-me uma mulher da ciência. Tenho um respeito enorme por aqueles que dedicam o seu tempo a estudar e investigar novas formas de melhorar a nossa qualidade de vida. E apesar de existirem inúmero recursos para o estudo da anatomia nada substitui a realidade e a possibilidade de se estudar em cadáveres humanos.
Até que ponto o nosso corpo pode ser um meio de chegar a novos conhecimentos? Até que ponto o nosso corpo será motivo de descobertas científicas capazes de ajudar outras pessoas?
Não gosto de funerais nem dos rituais associados aos mesmos. Reconheço a sua importância para o processo de luto pessoal, mas para mim são verdadeiros momentos de agonia e de desespero. Assim que comecei a ouvir falar sobre as doações de cadáveres, tenho procurado ler mais sobre o tema e tentar perceber como se processam as coisas e quais as mais valias para a ciência deste ato pessoal.
À medida que vou lendo vou somando certezas e eliminando algumas reservas e dúvidas. Tenho lido vários artigos, opiniões, visões sobre o tema. Quero conhecer tudo o que me seja possível, quero saber como funcionam todos os processos e adoraria visitar os serviços que estão relacionados com a doação de corpos. Quero perceber melhor qual o impacto destas doações nos serviços e nos futuros profissionais de saúde. No fundo, quero ter o máximo de informação para que a minha decisão seja esclarecida.
É claro que nada é assim tão simples e apesar de ir somando as tais certezas relativamente a uma possível doação, não posso esquecer qual o impacto desta minha decisão na minha família atual e numa possível família futura. Sei que para muitas pessoas é importante ter uma campa no cemitério para visitar. Sei que para outras tantas pessoas todos os rituais associados aos funerais são importantes para resolverem interiormente o sentimento de perda. Estes pensamentos sobre os outros e as suas reações acabam por abalar um pouco as minhas certezas. Não quero ser um peso, ou uma tristeza adicional para aqueles que cá ficam. Não quero que as minhas escolhas sejam associadas a algum tipo de egoísmo.
Para mim a doação faz todo o sentido. Talvez só precise que as pessoas à minha volta compreendam e aceitem as minhas decisões. Quero acreditar que ainda me falam muitos dias pela frente, dias onde poderei ler mais sobre o assunto, conhecer melhor os locais que aceitam estas doações, viver muito e intensamente e, assim, tomar uma decisão o mais conscientemente possível.
Gosto muito de saber o que as outras pessoas acham acerca do tema. Por isso, abro aqui a discussão: o que é que acham da doação de corpos para fins de investigação? Seria uma decisão confortável ou desconfortável para vocês?
Eu sou bastante fã da Eurovisão e este ano, depois da vitória de Salvador Sobral no ano passado, vivi-a com um sabor especial. Como escrevi aqui este certame dá-nos a possibilidade de conhecer músicas para além daquela que nos chega com alguma frequência dos EUA e as culturas dos diferentes países participantes.
De uma forma geral, acho que a RTP fez um excelente trabalho na construção do público e no desenvolvimento dos espetáculos. Achei exagerado termos quatro apresentadoras, pois pareceu-me que tudo ia ficando demasiado disperso. De todas destaco Filomena Cautela e Daniela Ruah que foram aquelas que me pareceram mais à vontade e com uma presença especial nos momentos em que tinham destaque.
Vou começar pelo Festival da Canção, realizado em finais de fevereiro e inícios de março para a escolha da nossa representante nacional. Gosto bastante d'O jardim, mas a minha preferida era Só por ela interpretada por Peu Madureira.
O Jardim é uma música bastante bonita, com uma letra tocante e com um toque de modernidade que nos dica gravado na memória. Apesar de não a achar suficiente para ganhar, dada a qualidade de outras músicas a concurso, acho que o último lugar foi muito injusto. Se havia músicas superiores, também havia outras com menos qualidade que a nossa.
Assisti às duas semi-finais, sendo que foi a primeira que mais me fez doer o coração. Estavam lá grande parte das minhas preferidas e fiquei muito triste com a eliminação da Suíça e da Bielorrússia. Fiquei um pouco desiludida com a prestação da Bélgica e da Grécia. A Grécia tinha uma música com um dos poemas e sonoridades mais bonitos deste ano. O toque étnico associado à cadência do grego ofereciam uma misticidade à música que me deixava presa. Ouvia-a vezes sem conta. Chegou a palco e atuação falhou imenso. A voz estava completamente abafada pelo instrumental e o cenário tinha demasiados elementos distratores. Foi muito triste ver o quanto a atuação prejudicou a continuidade de uma música que era apontada como uma das favoritas à vitória. No vídeo que vos deixo têm a tradução da letra. Digam lá, não é um bonito poema?
Relativamente à segunda semi-final o único que eu retiraria era a da Hungria e colocaria a Polónia. Não sou fã de metal, por isso não me faria diferença a sua presença ou não. Um dos meus favoritos era Alexander Rybak. Sou fã dele desde a sua vitória em 2009, e desde aí que acompanho as músicas que ele vai lançando. Não é um cantor com grandes dotes vocais, mas ganha pela sua simpatia e pelo seu enorme talento com o violino. Vi a visita que ele fez à Orquestra Metropolitana de Lisboa e acho que todos ganharam com a sua presença (podem ver aqui). Este ano trouxe-nos a música That's how write a song, uma música divertida, que nos deixa com vontade de dançar e com uns efeitos especiais em palco muito engraçados. Porém é inferior ao eterno Fairytale.
No domingo foi a grande final. Apesar de saber as favoritas nas casas de apostas estava à espera de algum tipo de milagre e que a votação se revelasse uma boa surpresa. Infelizmente, tal não aconteceu e acabou por ganhar a música Toy, da cantora Israelita Netta Barzilai. A primeira vez que a ouvi até achei piada, mas pela diferença dos efeitos vocais. Para além disso, acho que é uma música que funcionou muito melhor em estúdio do que ao vivo. A atuação é um pouco vazia e desprovida da intensidade que a gravação passa. Para além disso, é uma música que ao fim de algumas vezes a ouvi-la acaba por enjoar um pouco.
Entretanto descobri uma versão fabulosa. Essa não me canso de ouvir.
Como podem perceber não ganhou nenhuma das minhas preferidas. Para mim, ganharia uma música dos seguintes países: Lituânia, Estónia, França, Itália, Áustria ou Bulgária. Se tivesse de escolher uma destas, talvez a de Itália ganhe mais da minha simpatia.
Vamos ver que músicas nos surgem no próximo ano e como será um novo espetáculo. Já estou ansiosa por mais.
Gosto sempre se assinalar o 25 de Abril aqui no blog, seja com a partilha de uma poesia ou apenas com algumas frases que reflitam o meu sentimento em relação aos "valores de Abril".
Não sei o que é viver em repressão. Não sei o que é viver com medo que alguém me ouça a barafustar contra as políticas do governo. Não sei o que é ser impedida de estudar, de exercer o meu direito de voto e de sair do país sem autorização de um homem. Só tenho (temos) de agradecer a quem lutou pelos ideias de Abril e cabe-nos a nós mantê-los vivos e renová-los para que possamos ter uma sociedade evoluída.
Sou muito curiosa em relação aos acontecimentos deste dia. Na escola tive acesso à perspetiva histórica, em casa procurei as vivências pessoais. Pergunteis aos meus pais e aos meus avós sobre memórias que tinham deste dia, dos tempos de ditadura e do pós 25 de Abril. Infelizmente não me tinham muito para contar. A pobreza de uma aldeia do interior norte sobrepunha-se aos acontecimentos vividos na grande cidade. O meu pai relata que só soube dos acontecimentos dias depois deles terem acontecido e que se sentiu aliviado. No ano seguinte iria cumprir serviço militar e o mostro da Guerra Colonial pairava sobre ele. O 25 de Abril trouxe o fim da Guerra Colonial e o alívio para o meu pai.
Tive um tio que esteve em missão na Guiné. Infelizmente ele não viveu o tempo suficiente para me contar as suas histórias. Faleceu quando eu tinha 11 anos. Foi a primeira pessoa significativa a morrer e custou-me imenso, fiquei com boas recordações dele. Mas sei que com ele vieram marcas desta guerra dura, mas o que sei foi por conversas que escutei um pouco atrás da porta e que a minha inocência de criança não permitiu reter muito.
Quando oiço ou vejo a célebre pergunta Onde estiveste no 25 de Abril de 1974? oiço ou leio tudo como muita atenção. Gosto de ver o entusiasmo daqueles que têm uma história paralela aos acontecimentos e que acabara por também marcar o dia destas pessoas. Sabem o que me assusta? O passar do tempo. Daqui a uns anos, não iremos ter ninguém a quem fazer esta pergunta. Tal como vai acontecer com os sobreviventes do Holocausto. E tenho medo que tudo fique submerso nas páginas dos livros de história. Não quero isso!! Não que as coisas que viveram no passado sejam esquecidas. Acima de tudo, não quero que as conquistas de Abril para mulheres e homens sejam esquecidas. Não quero que o vento cale as desgraças! Quero que se mantenha a candeia que afaste as desgraças. Quer ser alguém que semeia as canções no vento que passa, lutar para que os direitos humanos sejam sempre respeitados e que a igualdade entre género passe a ser uma norma e não uma exceção.
Sei que sou um pouco idealista e que olho de forma apaixonada para os acontecimentos de 1974, mas não deixo de reconhecer que ainda há outros ideias para conquistas e que a caminhada é longa. Mas esta nossa revolução é um enorme motivo de orgulho.